domingo, 29 de novembro de 2015
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sexta-feira, 27 de novembro de 2015
A MUSA DAS VIRGENS DE SARJETA
A MUSA DAS VIRGENS DE SARJETA
Sou o sonho das virgens
esquecidas na calçada
das pequenas, inocentes
princesinhas de arrabalde
esquecidas na calçada
das pequenas, inocentes
princesinhas de arrabalde
Trago junto do meu peito
muitos sonhos delicados
trago junto dos meus olhos
um caminho sem escolha
muitos sonhos delicados
trago junto dos meus olhos
um caminho sem escolha
Como a noite, preguiçosa
vai colhendo suas histórias
Eu caminho sobre a Terra
respirando nos desejos
vai colhendo suas histórias
Eu caminho sobre a Terra
respirando nos desejos
Sou a noiva inocente
que cedeu sem ser sagrada
sou a alma das Princesas
que cedeu sem ser sagrada
sou a alma das Princesas
de arrabalde, nas calçadas
Trecho do meu texto teatral ”O bloco das mimosas borboletas”
(adaptação livre de um conto de Ribeiro Couto)
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terça-feira, 10 de novembro de 2015
Poeticamente correto
No domingo passado, estava conversando, em um grupo de amigos, e começamos a discorrer sobre a inveja. Me lembro de ter comentado que também existe o sentimento de admiração, disfarçado de inveja. É quando alguém declara abertamente: - Puxa, eu te invejo por isso!”
Na verdade, o que estamos querendo dizer, geralmente, é que invejamos a realização da pessoa. Mas, não significa que queremos ser como ela.
A verdadeira inveja, a inveja perversa, é aquela em que a pessoa “quer a vida da outra”, a ponto de se tornar destrutiva, com pensamentos do tipo: “se isso não for meu, não será de mais ninguém!”
Alguém rebateu com o seguinte argumento: Não acho isso saudável; esse papo de “boa inveja”.
Inveja é inveja, e pronto! Se a pessoa tem admiração pela outra, deve dizer que admira, no lugar de dizer que tem inveja. Não acho “politicamente correto” usar a palavra inveja como se fosse um elogio.
Foi então que lembrei de um episódio, em que o poeta Carlos Drummond de Andrade encontrou o compositor Nelson Cavaquinho, e se rendeu ao talento do sambista com o seguinte comentário:
- Nelson, sabe aquele trecho do seu samba, a flor e o espinho, que diz “eu só errei quando juntei minha alma à sua. O sol não pode viver perto da lua”? Pois é, Nelson! Eu morro de inveja daquele verso. Eu queria tanto ter escrito isso!
Imagino o quanto este comentário, vindo de um poeta tão renomado como o Drummond, deve ter feito bem à auto estima daquele sambista do morro, humilde e introvertido. Ele deve ter se sentido muito bem com esse tipo de comentário. E, não poderia ter sido dito de melhor maneira.
Eram tempos em que o coração, e não o moralismo, pesava as palavras. E Drummond sabia disso, como ninguém.
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