Parece engraçado escutar, de algumas pessoas, coisas do tipo: "- Não sei como você consegue fazer teatro. Eu imagino que deva ser desgastante repetir, todas as noites, o mesmo texto. Deve ser monótono, insano!" Só que hoje eu me lembrei que, quando era adolescente, era justamente essa a ideia que eu tinha de teatro. Até que fui em uma apresentação, pela primeira vez, e descobri que não era nada disso. E virei um espectador assíduo daquele fenômeno, que se repetia todas as noite, mas que nunca era o mesmo. Então, um dia eu não me vi mais sentado na plateia. E, de lá de cima, descobri que esta brincadeira de faz de conta era mais do que contar uma bela história. Era voltar ao início de tudo, era reconstruir diariamente a vida. Então, aí eu entendi porque os discípulos do deus grego Dionísio consideravam esta arte como um culto, uma religião. É porque teatro, na sua mais pura essência, é isso: revelação!
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