E com o passar dos anos, ele aprendeu a combater os invejosos com elogios. Tentava enxergar, na mínima ação que fizessem, algum brilho revelador. Quase chegava a acreditar no valor daquilo que dizia. E continuava seu caminho, seguro e sereno. E, os invejosos o fitavam, crentes de que enxergavam um igual. Mas o sol, cruelmente sincero, projetava sua luz sobre todos, e sua sombra destacava-se, onde quer que se posicionasse, para se proteger das intrigas. Foi então que a noite chegou. E, perante a luz da lua cheia, ele percebeu que só lhe restava soltar seu poderoso uivo, que incomodava e ensurdecia os demais, gelando suas espinhas. Se a luz do sol evidenciava a sua sombra, a escuridão da noite a transformava num imenso manto.
Trecho do conto “O andar do Lobo ferido” - Extraído do meu livro “Crônicas dos espíritos da Terra”
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